quarta-feira, 20 de maio de 2015

Como cozinhar com crianças pequenas 2 + pão vegan

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Vamos atualizar as coisas! Agora a engatinhante-quase-andante não fica mais quietinha sentada sobre a pia. Tapete com brinquedinhos soa como piada e dona Elis no alto dos seus 10 meses tem acordado um pouco mais tarde, logo soneca só depois do almoço.

Já era perto de 11h e lembrei que ainda não tinha cozinhado o inhame para o pão. Passei a última meia hora brincando com os dois no quarto do Pedro. Estavam entretidos. "Pedro, a mãe vai fazer um negócio na cozinha e já volta." Era pra ser rápido. Ele pintava com giz de cera. Quais as chances dela degustar cada cor?

Pega o inhame, descasca na velocidade da luz. "Hum... Tem broto. Será que compensa plantar? Deixa pra outro dia! As minhocas vão gostar." Põe água na panela elétrica para esquentar. Vou aproveitar o vapor pra cozinhar a abóbora pro almoço. Descasca a abóbora que não parecia ter uma casca tão dura daquele jeito.

O Pedro chega na cozinha tentando me convencer que a Elis deveria sonecar (para ele assistir desenho). "Hoje ela não vai dormir. Quer ajudar a mãe a picar as coisas pro almoço?". Se empolga. Cadeira encostada na pia, faquinha de criança em punho. Cebolinha que irá na finalização do purê e delegada ao mini souschef.
Elis chega na cozinha. Ou melhor, é colocada ali pela diarista que vai limpar o corredor enquanto a mocinha certamente estava de olho no balde com sabão. Está de bom humor. Isso quer dizer que tenho que voar para fazer tudo enquanto está assim. Abro a pia para pegar panelas e bacias. Ela resolve inspecionar o local.

Pedro não acha graça em picar a cebolinha. Precisa de outra textura para a faquinha funcionar. "Perae que vou lavar umas outras folhas." Pego o pacote com almeirão que colhemos ainda muito cheio de terra. É bacana ter alimentos frescos e colhidos pelas nossas mãos, mas nessas horas de correria, faz falta aquele beneficiamento que deixa tudo um pouco mais limpo. Enfim... Quebra a raiz, enche a pia de terra e areia. "Este vai para as minhocas. A raiz das cebolinhas também. Ops! Será? Cebola não pode. Melhor deixar no lixo comum. Pedro, use só este cantinho da tábua. Já a mãe tira esta terra daqui." Mais uma bacia para colocar as folhas de molho. Elis tocando o terror nas panelas. A tampa da wok é pesada mas a mocinha consegue levar de um lado pro outro.

A bacia que foi colocada para reter a água da lavagem de verduras está cheia. A ideia era regar algumas plantas com ela. Mas se abrir a porta pro quintal agora, a Elis vai querer fugir e vai chorar. Ecologia fail. Vai pro ralo hoje.
Inhame e abóbora cozidos. "Pedro, não encoste na panela que está super quente!" Meço o arroz com a xícara. Pedro resolve provar uns grãos crus. Elis resolve partir para a porta dos potes plásticos. Coloco a água no arroz. Pedro começa a choramingar que queria faze-lo. "Já já deixo você colocar alguma coisa. Pera!"

Arroz cozinhando, feijão na panela pra esquentar, folhas lavadas, carne ficou temperada de ontem. Dou uns tomatinhos pro pedro cortar. Ele fica super empolgado que mesmo com a casquinha verde, as sementes são vermelhinhas. Elis descobriu que as portas onde ficam as assadeiras não estavam trancadas.

Tiro o fio das mandiocas cozidas ontem. Abóboras junto com elas no processador. Motor no chão porque não tem mais tomada vaga na pia. Pedro se diverte ligando o eletrodomestico.

Resolvemos bater o molho para a salada no liquidificador. Cálices de hibisco, meio limão que espremo escondido senão ele vai querer ajudar e demora o triplo, azeite, sal e um pouco de água. Pedro quer bater o suco rosa. Não se ouve um pio da Elis, apenas as assadeiras sendo arremeçadas.

Quase 12h! Preciso fazer a massa do pão senão vai bater com o horário da soneca! "Pedro, desce pra mãe pegar a máquina de fazer pão?"

Foi para o chão, também. Elis no colo. Abro o pote de gergelim, ela enfia a mão. Abro o pote de linhaça, ela enfia a mão. Tento soltar as sementes grudadas na mãozinha, a tampa cai na água. Beleza! Os dois ficaram de olho na massa. Elis tenta escalar a mfp. Não consegue. Pedro tenta fazer o mesmo, leva uma bronca porque apoiou o pé no vidro.


Pedro resolve brincar com as forminhas de silicone que a Elis espalhou por meia cozinha. Ela descobriu como abrir a tampa da mfp. Abre, enfia o dedinho na massa e fecha. As vezes nos dedos. Enquanto isso pico a cebola para o pure, deixo fritar na manteiga e vou colocando farinha para acertar a massa do pão.


Marido chega pra almoçar e pega a Elis. Corro finalizar o purê (pimenta da jamaica, sal e curry) e grelhar a carne. Tempero sobre as folhas e tomates esbagaçados, digo, cortados pelo Pedro (que ficou cheio de sementes na camiseta).

A Silvana coloca a toalha e os pratos na mesa. Peço pro Marcus levar os talheres de servir. Ele fica perdido. Não sabe quais serão usados nem o que tem de almoço. Dá uma preguicinha de falar. Na minha cabeça está tudo esquematizado.

Vira a carne, porciona os pães, põe crescer dentro do forno, acende o forno só pra fazer uma estufinha, quase esquenta demais, leva as panelas pra mesa. Elis quer mamar. Pedro não diz que não vai almoçar comida e sim o bolo imaginário que fez empilhando as forminhas. Elis chora apesar de ter mamado. Sono começa a bater. Mas fica feliz quando coloco uma colherada do purê na bandeja.

Talvez seja a fome, mas estava tudo muito gostoso, hoje. Ufa! Depois dessa ginástica toda!!


Ah sim! Como correndo enquando supervisiono a Elis que faz fusquinha pro pai com a boca cheia de comida. O Marcus pica comida pro Pedro que faz "eco" pro purê. Elis termina de comer e coneça a gritar/chorar. Quando ela termina, não tem conversa. Dou um semi banho na pia porque dá pra alimentar uma pessoa com a quantidade de comida nas mãos e cabelo.

Ela toma água. O humor melhora. Se interessa por brincar com os "bolos" do Pedro. Corro colocar as aparas na composteira. Sim! Porque não basta ter filhos pra cuidar, a gente ainda inventa horta e vermicomposteira pra dar conta. São quase como filhos. A diferença é que te deixam dormir à noite.

Pães cresceram. Vão para o forno. Ligo o timer e peço pra Silvana tira-los. 13h15. Vou fazer Elis dormir e Marcus faz o mesmo com o Pedro.

Fim desta refeição. Ai que canseira!

O pão é o que mais estamos gostando no momento. A versão original é 100% integral, mas cada vez faço de um jeito. Hoje foi com 1/3 de farinha integral + 1 cs gergelim + 1cs linhaça + 2 inhames pequenos cozidos no vapor. Bato na máquina de fazer pão e asso no forno. A massa é maior que a capacidade da máquina e precisa de ajuda de uma espátula para misturar.

Pão integral

2 1/2x de água morna
1/2x se óleo
1cs sal
1cc de açúcar
1cs fermenti biológico seco
1 quilo de farinha de trigo integral

Misturar tudo à mão ou na máquina até a massa desgrudar das mãos (se necessário, coloque mais farinha). Modele como desejar (aqui rende 3 pães menores). Deixe crescer por 40 minutos. Asse em forno pré aquecido por 40 minutos a 180 graus.

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